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O Barão do Caí (Cahy). Sim, existiu um!

O Vale do Caí é uma região marcada por uma rica herança histórica, que inclui figuras notáveis como Francisco Ferreira Porto, o único a receber o título de Barão do Cahy (Caí). Apesar de sua principal atuação ter ocorrido em Porto Alegre, seu título nobre reflete uma conexão simbólica com essa região, em especial com o rio Caí, elemento crucial para o desenvolvimento local.

Francisco Ferreira Porto nasceu em Porto Alegre, em dezembro de 1817, em uma família influente. Seu pai, um comendador de origem portuguesa, e sua mãe, nascida em Santo Antônio da Patrulha, proporcionaram a ele uma educação que o preparou para uma carreira de sucesso no comércio. Em 1861, casou-se com Maria Luísa Meiffredy, com quem teve sete filhos, consolidando sua influência e raízes na região.

Francisco desempenhou um papel fundamental na fundação da Praça do Comércio em 1858, que posteriormente se tornou a Associação Comercial de Porto Alegre. Sua visão e liderança foram determinantes para o fortalecimento do setor comercial na cidade. Por suas contribuições financeiras durante a Guerra do Paraguai, foi agraciado com o título de Barão do Caí em 1870, além de receber a comenda da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

A Conexão com o Vale do Caí

Embora não haja registros de uma participação direta de Francisco Ferreira Porto nas atividades do Vale do Caí, o fato de seu título remeter ao rio Caí indica uma ligação simbólica. Este rio, fundamental para o desenvolvimento econômico da região, parece ter inspirado a denominação, destacando a relevância da área para o crescimento do estado.

O Barão do Caí faleceu em 1884 e foi sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, onde seu túmulo ainda hoje se destaca pela sua elegância. Sua esposa, Maria Luísa Meiffredy, faleceu na França em 1922, mas o legado do casal permanece através de seus descendentes e das instituições que ajudaram a construir.

A história de Francisco Ferreira Porto é um exemplo de como a interseção entre desenvolvimento comercial e reconhecimento nobiliárquico moldou o Rio Grande do Sul no século XIX. Sua ligação com o Vale do Caí, mesmo que simbólica, ressalta a importância histórica da região e sua contribuição para o crescimento econômico do estado.

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